Em abril (12), durante o Seminário Gestão Integral e Integralidade da Infância: Caminhos para a Educação Infantil, um público formado por gestores e profissionais da Educação Infantil, organizações sociais, pesquisadores e educadores com atuação na primeira infância tiveram a oportunidade de assistir ao documentário Voices of Children (VoC), inciativa voluntária do Grupo de Trabalho on Children’s Right, do World Forum on Early Childhood Care and Education, do qual faz parte a Avante – Educação e Mobilização Social. Os participantes do evento ouviram crianças de todo o mundo sobre o que pensam em relação a seus direitos. A apresentação foi feita por Maria Thereza Marcilio, presidente da Avante, que integrou a primeira mesa, sobre O conceito de integralidade da infância, com participação de Janine Schultz, do Instituto C&A, que apresentou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na perspectiva de integralidade.
A equipe do documentário escutou crianças em Salvador (BA), Índia (Mumbai e Bangalore), Cingapura, África (Quênia) e EUA (Boulder e Colorado) e reuniu suas fala no documentário, sobre o que pensam da própria vida, do lugar em que moram, da escola e como gostariam que fossem. O envolvimento da Avante no projeto se deu por acreditar que, para garantir e consolidar a participação infantil no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, é preciso aceitar e acolher o fato de que formação do sujeito político tem que começar cedo, por meio da garantia de participação das crianças pequenas, seja na escola, na comunidade, na família, em qualquer lugar.
E foi esse ideal que Maria Thereza Marcílio apresentou no Seminário ao delinear os princípios básicos que devem nortear a elaboração de políticas públicas e de práticas pedagógicas para uma Educação Infantil integral. Ela afirmou que, “em primeiro lugar, as crianças têm direito de ser membro ativo da comunidade, um influenciador da vida de outros e vice-versa. Precisam ser escutadas e respeitadas”, disse a presidente da Avante.
Maria Thereza também afirmou a importância de permitir a livre expressão corporal dos pequenos ao afirmar que educar o corpo é deixar que as crianças corram de pé descalço, que se sujem na terra e na grama, que dancem. “É por meio do brincar que a criança compreende o mundo e constrói conhecimento. E brincar na escola não é só intervalo ou quando dá. Brincar tem que estar em tudo sentenciou. Sem isso, não há educação integral”, sentenciou.
O evento, que aconteceu em São Paulo, foi realizado pelo Fundo Juntos pela Educação, no âmbito no Programa Primeiro a Infância: Educação Infantil como Prioridade, e organizado pela Oficina Municipal. A presidente da Avante aponta com clareza o foco central da sua participação no Seminário. “Minha palestra no Seminário teve dois objetivos em comum com a organização do evento. Primeiramente, trazer a criança para o centro da apresentação. Por isso exibi o VoC. Esse grupo, presente nesse Seminário, é um grupo novo. A Oficina Municipal está iniciando com eles o Programa Primeiro a Infância: Educação Infantil como Prioridade. Então, queríamos trabalhar a ideia de que primeira infância é essa”, conta Maria Thereza.
O segundo objetivo foi trazer o governo, a sociedade civil e as famílias como responsáveis por assegurar os direitos das crianças. ”Estávamos falando, ali, para o poder público e, por isso, trazer a ideia/conceito de políticas públicas integrais, integradas e articuladas”, disse.
Gestão integral na educação infantil foi o tema da segunda mesa, que contemplou as apresentações de Javier Alberto Rodriguez, da Fundação Arcor e Fundo Juntos pela Educação, sobre O papel da Educação no marco das políticas intersetoriais de proteção dos direitos da criança. Na sequencia, a apresentação da experiência de Camaragibe (PE) na orientação dos Projetos Político Pedagógicos da rede municipal, com a participação de Cida Freire, consultora da Oficina Municipal e assessora do programa Paralapracá em Jaboatão dos Guararapes (2010/2013), juntamente com Edilma Luz, da Secretaria Municipal de Camaragibe.