Nomes que têm participado da linha de frente das discussões sobre a educação brasileira reuniram-se no estúdio da TV Assembleia da Bahia, no programa Espaço Livre no dia 18 de agosto. Mediadas pela jornalista Aureni de Almeida, a coordenadora da Associação dos Professores Licenciados do Estado da Bahia (APLB) – Marilene Betros, a gestora institucional da Avante-Educação e Mobilização Social – Maria Thereza Marcílio, a deputada federal – Alice Portugal, que participou da Comissão Especial para análise do novo Plano Nacional de Educação (PNE) e Ligia Pacheco, colunista na Revista Pais & Filhos e autora do Blog FILHOsofar, as especialistas debateram sobre a distância entre a educação real e a ideal, à luz do Plano Nacional de Educação (PNE).
O PNE foi sancionado em junho deste ano pela presidenta Dilma Rousseff e estabelece diretrizes, metas e estratégias para a educação brasileira para os próximos dez anos. Considerado pelas presentes como um importante passo para os avanços na educação do país, o PNE foi discutido em detalhes, mas em especial sobre a aprovação da destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação, a ampliação do acesso, desde a educação infantil até o ensino superior, e a melhoria da qualidade do ensino. “A inclusão de todas as crianças de 4 a 5 anos na pré-escola é uma maravilha, em especial se tiverem ótimas condições para o seu desenvolvimento”, comentou Ligia Pacheco em um post no seu blog FILHOsofar sobre o encontro na TV Assembleia.
“O Plano é um norte para a educação do país e, em contraposição ao anterior (2000-2010), ele garante recurso para a execução das metas”, pontua Maria Thereza Marcilio, ao lembrar o veto presidencial à meta do orçamento naquele PNE. “Talvez este seja o primeiro documento que possa ser chamado de fato de Plano, pois tem orçamento previsto, metas, estratégias e prazos. Sem orçamento não há como executar as metas e o plano se transforma em uma mera carta de intenções”.
Outro tema bastante discutido pelas especialistas foi a valorização do professor, considerado como um dos destaques do PNE 2014. O consenso entre elas é que a formação do professor é um ponto crucial na melhoria da qualidade da educação no país. “Todas nós concordamos que as instituições formadoras não têm sido capazes de formar bem este profissional, que chega ao mundo da educação desconhecendo o cotidiano da sua profissão. E nem sempre os sistemas de ensino garantem sua formação continuada”, destacou Maria Thereza. O documento prevê piso salarial e melhoria na carreira e nas condições de trabalho destes profissionais.
De acordo com as especialistas, houve avanços na formação e hoje há menos professores leigos atuando, e um maior número de profissionais com especialização. Nas falas de Alice Portugal, Marilene Betros e de Maria Thereza Marcilio foi lembrada a importância da mobilização social para que o plano saísse com estas características. “A luta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da Campanha Nacional pela Educação, da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEB) e várias outras instituições foi decisiva para que o plano se aproximasse das necessidades do país”, finaliza a gestora institucional da Avante.