Como os 32 países participantes do Mundial da Fifa estão tratando questões de direitos humanos? Para conhecer o resultado desta comparação basta acessar o Guia da Copa do Mundo dos Direitos Humanos, que a Avante indica para leitura. A publicação foi concebida com base em indicadores de relatórios da ONU como Índice Gini e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Tomando como base o Índice Gini, por exemplo, o Brasil aparece na antepenúltima colocação (0,547), na frente apenas da Colômbia (0,599) e de Honduras (0,570). O Índice Gini é um instrumento utilizado para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo e assim identificar o nível de desigualdade social. Já em relação ao IDH, o Brasil está na 85° posição (dados de 2012), enquanto a Austrália está em segundo lugar e a Holanda em terceiro.
O Guia traz também levantamentos sobre liberdade de imprensa e internet, respeito à diversidade sexual, questões ambientais e exploração sexual de crianças e adolescentes. “Os grandes riscos de graves violações de direitos humanos na Copa do Mundo irão se abater principalmente sobre as meninas e os meninos no Brasil, país percebido como um paraíso sexual em que adultos conseguem sexo com crianças e adolescentes, de maneira fácil, barata e sem riscos penais (…)”. O trecho foi retirado do Guia e traz a fala de Paulo Sérgio Pinheiro, Expert Independente do Secretário-Geral da ONU que preparou o Relatório Mundial sobre Violência contra a criança, publicado em 2006.
A publicação foi organizada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (CELACC), da USP; Coletivo Quilombação; Núcleo de Estudos da Violência (NEV) e a Associação Nacional de Pesquisa e Estudos em Direitos Humanos (ANDHEP).