Natal (RN) – Para Mônica Samia, coordenadora de implementação do projeto Paralapracá, “o resgate dos saberes comunitários é muito importante nas formações do projeto, da mesma forma como é importante a exploração dos seus materiais, neste caso, o Estação Paralapracá, um dispositivo formativo muito potente”. E isso vem acontecendo nos últimos meses nas cidades nordestinas contempladas pelo projeto. Natal é uma delas.
Na capital do Rio Grande do Norte (RN), um grupo de mais de 60 profissionais da Educação Infantil atuantes em instituições atendidas pelo projeto visitou o Museu do Brinquedo Popular, do Instituto Federal Rio Grande do Norte (IFRN). A visita ocorreu no dia 5 de dezembro, com o objetivo de dar prosseguimento ao encontro de formação de coordenadores pedagógicos do projeto Paralapracá em um espaço cultural voltado para o brinquedo e brincadeiras, tema dos estudos da formação, neste semestre. A visita também teve como objetivo ampliar o conhecimento de espaços culturais da cidade de Natal e valorizar a cultura local.
A visita foi uma agradável experiência não só para as coordenadoras, mas também para o diretor do IFRN de Natal, professor Lerson Fernando dos Santos Maia. Animado com a presença do grupo, ele presenteou a todas com uma palestra durante a qual autografou e distribuiu o livro Brinquedos e brincadeiras populares – identidade e memória (IFRN editora) – resultado de uma pesquisa de brinquedos em mais de 40 cidades do RN.
As coordenadoras pedagógicas se mostraram maravilhadas e muitas se assumiram admiradas de não ter conhecimento do museu e do mundo mágico disponível entre suas paredes. “Como pode? Moramos aqui em Natal e não conhecíamos esta riqueza de museu. Esta experiência propiciou muito envolvimento de todas e, principalmente, o desejo de ampliar os repertórios culturais para as crianças da educação infantil dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Natal”, disse Selma Bedaque, assessora do projeto Paralapracá no município.
Resgate dos saberes comunitários
A proposta do projeto Paralapracá de resgate dos saberes comunitários já havia sido experimentada em Natal com sucesso, antes da visita ao museu. No dia 04 de dezembro aconteceu o encontro de formação das coordenadoras pedagógicas do projeto Paralapracá, no próprio Instituto Federal do Rio grande do Norte (IFRN) – onde fica localizado o museu. No dia, foi discutido o tema Brincadeira e Cultura onde as coordenadoras pedagógicas da educação infantil de Natal fizeram leitura do texto do Bumba meu Boi, do Estação Paralapracá. Depois da leitura, um pouco de dança e música com um grupo do bairro do Centro Histórico e membro da comunidade. O grupo dançou e cantou musicas do cantor e compositor, e mestre de Boi de Reis, Manoel Marinheiro de Goianinha (RN).
“Quando debatemos sobre a cultura da comunidade, as discussões giraram, inicialmente, sobre a violência, refletida nas brincadeiras das crianças. Mas com o diálogo e também a leitura do material do Estação Paralapracá fomos ampliando as reflexões e pensando em novas possibilidades de interação e valorização da comunidade”, relatou Karla Azevedo, supervisora do projeto Paralapracá em Natal.
O Museu
O Museu do Brinquedo Popular abriga cerca de 300 brinquedos e brincadeiras inventariados em mais de 60 municípios norte-rio-grandenses por uma equipe de pesquisadores do Curso de Tecnologia em Lazer e Qualidade de Vida do IFRN. Aberto à visitação, o Museu recebe crianças de escolas públicas e privadas durante toda semana.
As crianças são conduzidas por orientadoras que ao longo do passeio explicam um pouco da história dos brinquedos e brincadeiras em exposição. Um dos objetivos do Museu é apresentar formas “baratas” de diversão, uma vez que as crianças de hoje se mantêm apegadas à brinquedos caros e eletrônicos.