Música, dança, teatro e trocas entre empreendimentos solidários e a população de Salvador. Essa foi a tônica do III Festival Florescer de Economia Solidária que aconteceu nos dias 8 e 9 de fevereiro, na Praça Wilson Lins (antigo clube português), na Pituba. O evento que reuniu 40 empreendimentos solidários de Salvador, Região Metropolitana e de municípios do interior do estado foi realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social em pareceria com o Projeto Inter Territorial de Redes Arsol, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) e a Superintendência de Economia Solidária (SESOL).
Mais uma vez o Festival Florescer possibilitou ao público de Salvador conhecer produtos criativos realizados por mulheres e homens que conquistam a profissionalização e desenvolvem a capacidade de gestão por meio da participação nas cooperativas. Durante o Festival, cooperativas de alimentação, artesanato e costura comercializaram seus produtos diretamente com a população enquanto a cooperativa de estética foi responsável pela maquiagem das modelos do desfile de moda que encerrou o festival. No evento também aconteceram oficinas sobre Economia Solidária e atividades infantis.
Como novidade, nesta edição, a Associação Anjos Vermelhos Bombeiros Brasil estiveram prestando alguns serviços à comunidade como a aferição de pressão e glicemia, além da prontidão para primeiros socorros, caso necessário. O grupo é formado por jovens de 14 a 17 anos moradores de Salvador e Região Metropolitana.
Durante o Festival, os empreendimentos puderam mostrar toda a riqueza e diversidade de uma economia que valoriza a cultura, a produção e a arte de quem faz com cooperação, afinco e alegria. Marly Santos, uma das empreendedoras participantes do Festival, ficou emocionada em participar do desfile e mostrar sua produção. “Foi maravilhoso. Como sempre o Festival estava lindo! Na próxima estarei com certeza. Só quem conhece é que sabe como todas as edições do Festival são super organizadas. Mais uma vez agradeço e parabenizo todos os organizadores do Festival. Só faltam os órgãos públicos fazerem a parte que cabe a eles”, escreveu Marly Santos no facebook da instituição logo após o evento.
Primeira Infância no Festival
Mais uma vez as crianças tiveram espaço privilegiado no III Festival Florescer por meio de estrutura montada especialmente para elas no stand da Avante. Enquanto os adultos conheciam um pouco mais da instituição, a garotada tinha acesso a diversas atividades lúdicas como: desenhos, fantoches, chapéus, livros infantis, bandinha de música, quebra-cabeça e corda de pular.
A experiência já havia sido vivenciada nos dois Festivais anteriores, mas nesta edição o espaço foi enriquecido a partir da união de forças entre projetos executados pela Avante que ajudaram agregaram novos materiais para o espaço das crianças. O Paralapracá fez a doação de livros, fantoches, chapéus, perucas e a bandinha de música, enquanto o Primeira Infância Cidadã (PIC) disponibilizou alguns materiais que integram o kit utilizado nas mobilizações realizadas pelo projeto pela garantia dos direitos da primeira infância: cordas de pular, peteca e adesivos. O PIC levou ainda materiais para distribuição que divulgam os direitos da primeira infância como os CDs com o Guia de Elaboração dos Planos Municipais pela Primeira Infância, e foi responsável ainda pela animação do espaço mostrando que o direito ao brincar e à participação podem e devem ser garantidos a este público.
O projeto Primeira Infância Cidadã (PIC), é apoiado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), por meio da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República. O Paralapracá, por sua vez, é um projeto do Programa Educação Infantil do Instituto C&A. Ambos executados pela Avante.
Florescer
O projeto Florescer, em parceria com a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE) vem trabalhando há dois anos pelo fortalecimento das ações voltadas para a sustentabilidade de duas cooperativas já existentes na comunidade do Calabar e fomentou a criação de outros três novos grupos produtivos – um na área de alimentação, um na de artesanato e um na área de estética – primeira cooperativa a atuar nesta área no estado da Bahia.
Neste período, o projeto contribuiu, ainda, para a consolidação das mulheres do Calabar, Alto das Pombas e Roça da Sabina na sua vida comunitária, para que pudessem colaborar como cidadãs conscientes e desempenhar o seu papel transformador na sociedade.
O Florescer inovou transformando as típicas feiras de economia solidária em festivais. “A ideia de unir a cultura local com a comercialização dos empreendimentos foi um sucesso. Dar oportunidade a apresentações de grupos locais oportuniza a divulgação dos artistas pouco vistos pela mídia tradicional”, conta Fabiane Brazileiro, coordenadora do Florescer e da Linha de Formação para o Trabalho, que executa o projeto dentro da Avante. “Além disso, a valorização da cultura local é um dos princípios da economia solidária”, completa.
Os Festivais têm sido uma forma de mostrar à população de Salvador o valor e a importância da economia solidária, tanto como uma opção de produção de qualidade, como uma ação de geração de renda.