O Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo desenvolveu uma versão da pesquisa de Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM) específica para ouvir as opiniões de crianças e adolescentes sobre a qualidade de vida na cidade e garantir a sua integração no mapa da qualidade de vida da cidade, elaborado pela Rede. A pesquisa IRBEM é realizada anualmente pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o IBOPE. O objetivo é “formar um conjunto de indicadores para que sociedade civil, governos, empresas e instituições conheçam as condições e os modos de vida dos cidadãos”. A partir desses indicadores são empregadas ações que foquem, principalmente, no bem-estar das pessoas.
Ao entrevistar 805 crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos, a pesquisa denominada de IRBEM – Criança e Adolescente, registrou a percepção e a satisfação desse público sobre temas como cultura, educação, lazer e modo de vida, esporte, segurança, saúde e outros. E constatou, por exemplo, que apenas 18% dos entrevistados tinham acesso aos teatros, e que aqueles com renda familiar e classe mais alta se mostram mais insatisfeitos quando o assunto é preservação de rios, represas e lagos.
De forma geral, as crianças e os adolescentes entrevistados estão satisfeitos com a qualidade de vida na cidade e, segundo a pesquisa, sociabilidade – incluindo as atividades de cunho coletivo – é um aspecto que auxilia nessa avaliação positiva. No entanto, o quesito segurança e proteção foi o único que, na escala de satisfação, ficou abaixo da média (5,5). O que explica a insatisfação das crianças e adolescentes, quando necessitam enfrentar o “mundo”, fora do seu ambiente social – quesito no qual as avaliações caem bastante. “O desencantamento do que se vê é fator importante dessa pior avaliação; se foco das atividades extraclasse for em atividades individuais, maior é a chance de insatisfação com a qualidade de vida na cidade”, é descrito na publicação.
Na apuração geral o índice de bem-estar da cidade de São Paulo para crianças e adolescentes é de 6,2. Apesar de estar acima da média (5,5), a pesquisa revelou que cerca de metade dos entrevistados sairiam de São Paulo – número semelhante aos que não se sentem integrados à cidade.