Em setembro de 2016, o Centro de Referências em Educação Integral e o Instituto C&A realizaram a roda de conversa Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental: a Educação Integral como resposta à ruptura, no Instituto Alana, em São Paulo (SP). A conversa resultou na publicação homônima, com recomendações e princípios que discutem a transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental à luz da Educação Integral.
As recomendações foram baseadas em estudos e trabalhos de um grupo de referência, composto por cerca de 30 especialistas, como a consultora associada fundadora da Avante – Educação e Mobilização Social, Maria Thereza Marcilio, representando ainda a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI). O grupo foi articulado a convite do Centro de Referências em Estudo Integral.
Desenvolvimento integral
A educação integral é uma concepção que compreende que a educação deve garantir o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural -, entendendo-as de forma integrada. Esta concepção reconhece oportunidades educativas que vão além dos conteúdos curriculares, e deve se constituir como projeto coletivo, compartilhado por crianças, jovens, famílias, educadores, gestores e comunidades locais.
Paralelamente, uma proposta de educação integral confere centralidade ao educando e educanda. Isso significa que todas as dimensões do projeto pedagógico (currículo, práticas educativas, recursos, agentes educativos, espaços e tempos) devem ser construídas, permanentemente avaliadas e reorientadas a partir do contexto, interesses, necessidades de aprendizagem e desenvolvimento de cada sujeito.
Ao mesmo tempo, embora a centralidade dos processos educativos deva estar nas crianças e jovens, nessa perspectiva, todos – escola, família, comunidade e a própria cidade – são educadores/as e aprendizes de um mesmo e colaborativo processo de aprendizagem.