Embora tenha sido criada há apenas dois meses, a cooperativa de alimentos da Feira de São Joaquim já começou a construir seu contrato de convivência, instrumento essencial à sustentabilidade de qualquer empreendimento da economia solidária. O contrato apresenta regras simples de vivência do cotidiano estabelecidas pelos próprios associados de forma democrática e participativa com a mediação da Avante, através do projeto É Dia de Feira Solidária, da Linha de Formação para o Trabalho. O projeto fomenta o desenvolvimento da cooperativa desde março desse ano.
“O contrato de convivência tem um início, mas não tem fim, pois é um processo gradativo, que envolve a retirada de algumas regras e a inclusão de outras de acordo com a vivência e experiência do grupo”, explica Carolina Duarte, psicóloga, membro da equipe do projeto É Dia de Feira Solidária e responsável pela formação de grupo. O contrato de convivência resultará no regimento interno, que é um instrumento mais elaborado, que apresenta as regras do processo de produção e gestão do empreendimento solidário.
Segundo Gabriel Kraychete, professor especialista em estudos relacionados à economia popular solidária, em um empreendimento solidário as relações que os trabalhadores estabelecem entre si são diferentes daquelas existentes numa empresa capitalista. Elas se baseiam em princípios como cooperação, equidade e valorização do trabalho humano e para que a atividade funcione é preciso que cada trabalhador se comprometa com esses valores. Nesse contexto, o regimento interno é o instrumento que institucionaliza os princípios, e, por tanto, determinante no que se refere à forma e qualidade da gestão do empreendimento.