Para acolher os professores recém-contratados das escolas da rede municipal de educação infantil de Camaçari (BA), bem como aqueles das escolas comunitárias conveniadas, a equipe técnica da Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação organizou um ciclo de formações de três dias. Os encontros, que ocorreram nos dias 7, 9 e 10 de abril, reuniram cerca de 200 profissionais, entre os novos professores e os que já pertenciam à rede, e comprovaram que o projeto Paralapracá já fez história no município.
Segundo Simone da Silva Oliveira, supervisora do Paralapracá em Camaçari, a proposta do projeto se fez presente em toda a formação. “Quando as novas professoras perguntaram como ensinar e o que ensinar para as crianças, as respostas das educadoras antigas, que já fazem parte da rede municipal, trouxeram a perspectiva das formações do Paralapracá”, afirma Simone. “As ações que as professoras relataram eram todas norteadas pela ideia da criança no centro das discussões, como protagonista”, diz.
Escuta das crianças
Uma professora da Creche Santa Maria, que já participa do projeto Paralapracá, contou, por exemplo, que desenvolveu uma atividade com as crianças do grupo 4 a partir de uma sugestão da turma. Durante um passeio pela escola, uma das crianças disse que o canteiro deveria ter muitas cores. A professora aproveitou a deixa para iniciar um questionamento: o que fazer para que este canteiro tenha cores? Plantar flores foi a sugestão das crianças, seguida por novos questionamentos da professora “Que tipo de flores? Quais as cores das flores?”.
Na opinião de Simone, as trocas de experiências da formação foram muito ricas e importantes para a integração dos novos profissionais às rotinas e vivências da rede. Uma professora recém-chegada à Escola Municipal Emaús contou que, antes das formações, desconhecia a diferença de projetos didáticos desenvolvidos com as crianças (a partir do interesse da turma) e para as crianças (elaborado somente pelo professor). Depois de escutar as colegas, a professora começou a encontrar respostas e a ter mais segurança para trabalhar com projetos.
Segundo Simone, a professora saiu da formação com a ideia de desenvolver com seus alunos um projeto que surgiu da curiosidade das crianças. Em sua sala há um minhocário e, dentro dele, uma aluna percebeu que havia nascido uma muda de mamão. Agora, com o olhar mais voltado para o interesse das crianças, a professora vai tentar desenvolver um projeto sobre o ciclo de vida do mamão.
A organização do ambiente, atual eixo de formação do projeto Paralapracá, também foi tema das conversas e das trocas do ciclo de formações em Camaçari. “As professoras dividiram experiências de como arrumar a sala e o ambiente da escola a partir do olhar da criança. As professoras novas gostaram muito, ficaram de boca aberta”, comemora a supervisora.
Para Simone, o ciclo de formações cumpriu o objetivo de apresentar aos novos profissionais os princípios norteadores do trabalho da educação infantil na rede municipal de Camaçari, que estão em consonância com o que determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, além de alinhar as concepções e de expor os documentos que orientam a prática na rede.
“As coordenadoras pedagógicas nos disseram que a formação já reverberou nas escolas”, pontua a supervisora, argumentando que o encontro atendeu às expectativas dos novos profissionais em relação à realidade das instituições. “Existe um movimento muito grande em torno da educação infantil e das formações em Camaçari. Estamos buscamos atrelar o discurso e as novas abordagens às práticas dos educadores”, resume Simone.
Fonte: site Paralapracá