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Avante participa de VII Enelud

“A brincadeira é intrínseca à infância. É natural, é cultural e é de direito”, com este pensamento Maria Thereza Marcílio, gestora da Avante-Educação e Mobilização Social e coordenadora da Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância durante o biênio 2011/2012, iniciou sua fala, ontem (28,) sobre Cultura Lúdica na Educação Infantil durante o VII Encontro da Educação e Ludicidade (Enelud) que teve início no dia 26 e se encerra hoje, na Faculdade de Educação da UFBA. O evento este ano tem como tema: Cultura Lúdica e formação de Educadores e conta com a participação de professores e especialistas que se reúnem para pensar como a ludicidade tem influenciado na forma de educar.
Maria Thereza destacou o papel do brincar no desenvolvimento da criança, lembrou que o brincar é uma questão de direito e fez uma descrição do papel do adulto e a função mediadora do professor.
Leia na entrevista a seguir a ideia central apresentada por Maria Thereza durante o VII Enelud
Você citou em sua apresentação um trecho de Steve Gross e Rebecca Cornelli Sanderson onde eles afirmam que “qualquer atividade, desde que realizada ludicamente, é brincadeira”. A criança consegue fazer esta separação entre o que é lúdico e não é naturalmente?
Maria Thereza: A criança não faz este tipo de separação. Sua abordagem para o mundo é lúdica. A brincadeira transborda através do corpo, do movimento, da imaginação, do ritmo, das palavras, e vai se materializar em toda e qualquer criança. É natural da criança brincar. Tudo para ela é uma brincadeira. É assim que ela explorar o mundo, aprender, desenvolve habilidades e relacionamentos.
Você lembrou que o brincar é um direito reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos da Criança, da qual o Brasil é signatário, em seu artigo 31*. Como garantir isto na dinâmica da nossa sociedade?
* “Os estados reconhecem o direito da criança de descansar e ter lazer, de brincar e realizar atividades recreacionais apropriadas à sua idade e de participar ativamente da vida cultural e das artes”.
Maria Thereza: O Plano Nacional pela Primeira Infância (PNPI) é documento criado justamente para nortear as políticas públicas para esta fase da vida. O Plano, além de reiterar o brincar como um direito da criança explicita a importância de considerar a criança como sujeito desse direito com suas necessidades e características próprias; de reconhecer o brincar como uma necessidade de expressão da criança; e de oferecer espaços lúdicos que atendam às demandas da infância, com todas as suas especificidades como: singularidade do indivíduo, e diversidade cultural, que formam um conjunto de padrões de comportamento, crenças e valores morais e materiais. Aplicando e respeitando-se estes aspectos é possível garantir à criança este direito de fundamental importância.
Qual o papel do adulto na garantia deste direito? E em especial do professor?
Maria Thereza: A criança pode e deve brincar sozinha, ou com seus pares. Quando o adulto esta na posição de mediador do brincar, como é o caso do professor, é preciso que ele tenha conhecimento sobre a importância deste brincar no desenvolvimento infantil. E isto requer, em muitos destes adultos, o resgate da esquecida ou recusada dimensão lúdica de sua infância. Para isto é preciso incluir nos encontros com as famílias das crianças e nos cursos de formação dos profissionais da educação infantil os meios que possibilitem a esses adultos dialogar sobre o brincar e reviver a brincadeira. Este resgate da dimensão lúdica torna o adulto mais sensível aos processos de desenvolvimento da criança.
Para o professor, a brincadeira serve como estratégia ou recurso pedagógico que facilita o processo de aprendizagem e favorece o desenvolvimento da criança, como servirá, também, para conhecer melhor a criança e seu contexto sociocultural.

 
 
 

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