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Encontro regional no Ceará mostra como a escola pode se transformar em uma comunidade de aprendizagem

A escola é um ambiente dinâmico e potencialmente muito rico, não só no que se refere ao aprendizado e desenvolvimento das crianças e adolescentes, mas pela transformação social e cultural que ela pode oferecer. O projeto Comunidades de Aprendizagem trabalha na perspectiva dessa instituição de ensino como ponto de partida para essa transformação. O resultado da iniciativa nas instituições das Secretarias Municipais de Educação de Fortaleza e Horizonte (CE) foi compartilhado durante o ‎I Encontro Regional de Comunidades de Aprendizagem do Ceará, que aconteceu na última sexta feira, 2 de outubro, na Vila Peri, em Fortaleza.

A abertura do encontro foi realizada por Carol Briso, gestora do projeto Comunidades de Aprendizagem no Instituto Natura, que expressou a satisfação em participar do momento. O projeto é executado pela Avante – Educação e Mobilização Social nos municípios de Fortaleza e Horizonte (CE), Itabuna e Camaçari (BA), enquanto parceira institucional do Instituto Natura.

O evento promoveu a troca de experiências entre as escolas das duas redes do Ceará, sobre as quais a Secretária Municipal de Educação de Horizonte, Dione Soares, mostrou-se bastante satisfeita: “pensar numa comunidade de aprendizagem é muito transformador. Eu queria que todas as escolas do meu município fossem comunidades de aprendizagem. Por essa razão, mais 6 escolas serão sensibilizadas”, disse.

Representando a Secretaria de Educação de Fortaleza, a professora Lucidalva Bacelar, decompondo o nome do projeto em seus dois componentes – Comunidade e Aprendizagem –, trouxe o sentido e o significado dessas duas palavras como importantes vias para as escolas enfrentarem os desafios da contemporaneidade. “Comunidade que lembra convivência, troca, atuação solidaria e Aprendizagem que nos remete a focar o aluno, ao diálogo igualitário deste com o professor, à essência do trabalho escolar” – espaço estratégico para a transformação proposta.

Crianças e jovens das instituições têm tido voz e participação ativa nessa transformação ao desempenharem papel estratégico nas comissões mistas que vêm sendo instauradas nas escolas. Para contar essa experiência elas integraram a mesa redonda: ‎Comunidades de Aprendizagem na prática e juntamente com pais, professores, gestores e voluntários falaram sobre a experiência de “Como é fazer parte de uma comissão mista”.

Para o professor de matemática da Escola Municipal Euclídia Pereira de Azevedo (Horizonte), Francisco Everton Oliveira o que mais lhe marcou no projeto foi aprender a trabalhar em equipe e “deixar de ser o centro da sala de aula para que o conhecimento se tornasse o centro”, disse. Já para a voluntária, Maria Rosemeire Nogueira, participar do projeto é um prazer “Me sinto inteiramente importante nessa escola”, disse. Assim como Maria Rosemeire, o também voluntário, Lourenço Pereira, participa das comissões mistas: “é muito bom poder participar ativamente da educação dos filhos, todos eles, até os que não são filhos de verdade, os alunos da escola”, disse.

Além das falas e compartilhamento de experiências, o encontro promoveu algumas oficinas que visaram a ajudar às equipes dos municípios a amadurecer a ação do projeto nas instituições como: Oficina de Diálogo Igualitário; Oficina sobre Tertúlia Literária; sobre Grupo Interativo; Oficina dos Sonhos e Oficina das Comissões Mista.

Para a equipe da Avante, conforme expressou Ana Luiza Buratto, consultora associada da instituição e uma das formadoras do projeto, que atua no município de Fortaleza, “o seminário suplantou as expectativas não só em termos da mobilização gerada em torno do projeto, mas, mais ainda, em termos do protagonismo de todos os participantes – gestores, professores, alunos, familiares e voluntários – tanto nas suas apresentações para a plateia presente, como durante as oficinas. Sintonizados com os objetivos, procedimentos e valores do projeto, a atuação e os depoimentos de cada um deles causou forte impacto e sensibilização em todos os presentes”.

Ações no município

As oficinas realizadas no I Encontro Regional de Comunidades de Aprendizagem do Ceará já são um resultado da iniciativa, mas ao mesmo tempo visaram fortalecer as ações que vêm sendo realizadas pela equipe da Avante nas 17 instituições de Horizonte (6) e Fortaleza (11).

São elas:

– Tertúlias Formativas – uma ação educativa do projeto onde o grupo compartilha idéias e opiniões com base em um texto de especialista, lido previamente.

– Comissões Mistas, formadas por familiares, funcionários, gestores, professores, alunos e voluntários da comunidade, cuja função é pensar estrategicamente a escola, tendo como foco a melhora da aprendizagem de todos os alunos e a melhora da convivência entre todos os membros da comunidade escolar.

– Tertúlia Literária que é uma atividade de leitura e discussão sobre um clássico da literatura universal.  Para esses encontros, os alunos realizam leitura prévia e trocam impressões sobre o livro envolvendo assuntos atuais e pessoais, desenvolvendo assim a habito e o prazer pela leitura; a criação de um ambiente de diálogo e troca além de desenvolver as competências leitoras; bons hábitos e valores.

– A vivência das fases do Sonho, da Seleção de Prioridades e do Planejamento das ações para implementação dos sonhos: importância, surpresas, dificuldades e impacto sobre o dia a dia na escola.

Também foram realizados, na ocasião, Grupos Interativos, atuação educativa de êxito que trabalha com a turma subdividida em subgrupos, cada um deles com cerca de 5 alunas/os e um adulto voluntário, tendo como princípio a heterogeneidade no que diz respeito ao nível de conhecimento, habilidades, gênero, cultura, afinidades, entre outros. Esses grupos realizaram atividades diferentes de uma mesma matéria que trataram de conteúdos previamente ensinados. Neles potencializam-se as interações e a aprendizagem entre iguais, mantendo sempre altas expectativas.

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