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Cadê Nossa Boneca? inspira produção de diversidade

Inspirada por publicações da Campanha “Cadê Nossa Boneca?” nas redes sociais, a professora Vanessa Marques, de São Paulo, contactou sua mãe, Nancy Marques, provocando para criação de uma coleção de “boneques” pautados na representatividade – nascia o Projeto Cria. Mesmo sem nunca ter feito bonecas na vida, Nancy aceitou o desafio e as duas deram início ao processo de criação e desenvolvimento dos produtos. Ao final de seis meses de trabalho, completos em maio (2021), os bonecos foram finalizados e lançados. Na coleção há opções de diferentes tamanhos, idades, gêneros e etnias.

“No mesmo instante que vi a publicação da Campanha, mandei uma mensagem para minha mãe com a proposta de criarmos bonecas de pano com o foco na diferença e diversidade, pois eu via muito poucas bonecas negras, indígenas ou de outras etnias. Ela topou mesmo sem nunca ter feito uma boneca na vida”, conta Vanessa Marques. Segundo ela, a concepção dos “boneques” é pautada na diferença e diversidade, atreladas a três conceitos estruturantes: o direito à estética, a representatividade e as identidades étnicos raciais. 

“Começamos o Projeto com a  luta antirracista, mas a nossa ideia é dialogar com os diferentes grupos minoritários: indígenas, asiáticos, bolivianos, trans, necessidades especiais. A coleção possibilitará que as crianças se vejam como protagonistas de suas narrativas e que construam identidades e subjetividades positivas sobre si mesmas”, conta. Ela espera que o Projeto colabore com a construção imaginária da diversidade do povo brasileiro nas brincadeiras das crianças.

Cadê Nossa Boneca?

A campanha “Cadê Nossa Boneca?”, sob chancela da Avante – Educação e Mobilização Social vem, há cerca de seis anos, alertando para a disparidade entre a parcela da sociedade que se declara preta ou parda (56% – IBGE) e a quantidade de bonecas negras nas prateleiras das lojas (6%, segundo mostra o último levantamento da Campanha, realizado em 2020). A Campanha surgiu a partir da percepção dessa realidade pelas idealizadoras: Ana Marcilio, consultora associada da Avante e a psicóloga Mylene Alves, em 2016.

A rede de bonequeiras em contato via redes sociais vem aumentando a cada dia (cerca de 26 mil seguidores no facebook), cada vez mais pais e educadores declaram estar chegando na compreensão que garantir a representatividade no brincar favorece o desenvolvimento integral das crianças.

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