Pensar a educação infantil de forma coletiva, trocar experiências, relatar atividades, conhecer outras práticas pedagógicas, acessar diversos conteúdos, exercitar novos olhares sobre as crianças e a educação infantil. Tudo isso é o que possibilita o Ambiente de Aprendizagem Virtual (AVA) do projeto Paralapracá, espaço dedicado a ampliar as conversas e a diversificar as referências entre coordenadores pedagógicos e equipes gestoras das instituições de educação infantil participantes. Para estimular o acesso e facilitar o uso da plataforma, foi realizado, durante seis meses, o curso Módulo Introdutório do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com os municípios parceiros do segundo ciclo do projeto Paralapracá: Maracanaú (CE), Olinda (PE), Natal (AL), Camaçari (BA) e Maceió (AL).
“O módulo introdutório foi criado para ser uma porta de entrada para o Paralapracá. A gente fala desde a concepção da educação infantil, histórico do projeto, até de estratégias mais refinadas da formação continuada. Para quem já sabe, como as coordenadoras que nos acompanham há dois anos e meio, serve para fazer uma revisão, e uma revisão mais elaborada, porque colocamos informações mais atualizadas, trouxemos um caráter de inovação nesse módulo”, explica Lilian Galvão, coordenadora de educação a distância do Paralapracá.
O curso, encerrado no dia 20 de junho, teve 148 participantes. Entre eles, a coordenadora de educação infantil de Maracanaú, Solange Silvestre, encantada com as novas formas de aprendizagem. “Compartilho com todos a minha alegria de conhecer o Módulo Introdutório. Parabenizo a equipe que pensou e pensa no AVA e que nos inspira a mergulharmos mais e mais. O módulo traz uma riqueza de possibilidades para refletirmos e pensarmos melhor a nossa educação infantil.”
Além de melhorar e ampliar o trabalho dos coordenadores pedagógicos e das equipes técnicas das redes envolvidas, o AVA colabora com a própria equipe EaD Paralapracá, que, a partir dos depoimentos postados, relatando as dificuldades no uso da ferramenta, vai realizar melhorias para o próximo módulo formativo, de Organização de Ambientes, a ser lançado em agosto.
Conhecendo o Módulo Introdutório
O Módulo Introdutório está estruturado em quatro seções: Paralapracá, AVA, Formação de Formadores e Estratégias Formativas. A primeira é dedicada ao tema da qualidade na educação infantil. Nesta área, o usuário encontra uma detalhada explicação sobre os conceitos estruturantes do projeto: infâncias, linguagens, instituição de educação infantil e cultura. A área também conceitua o processo de formação da coordenação pedagógica, entendido como uma ação estratégica no caminho da qualidade da educação de crianças de 0 a 5 anos e 11 meses.
A seção AVA é um convite à experiência com a ferramenta e à sua proposta de formação a distância. A área explica quais são os diferentes modos de utilizar a plataforma. Já a Formação de Formadores aborda o papel da coordenação pedagógica e apresenta práticas formativas, incentivando o participante a refletir sobre a atuação como formador e a realizar atividades orientadas.
Na seção Estratégias Formativas, o módulo traz informações sobre diferentes formas de apoiar as coordenadoras para que desempenhem o papel de formadoras pedagógicas. Nesse campo, o AVA envolve o participante em atividades práticas e propõe o registro dessas atividades.
Ambiente colaborativo
Desgastadas com a mentalidade competitiva sob a qual a sociedade se estruturou, muitas pessoas estão aderindo ao trabalho colaborativo, como tem sido feito permanentemente no AVA. “Estou encantada com essa nova roupagem que o AVA vem ganhando e somando com uma filosofia que nos faz refletir posturas, repensar práticas pedagógicas. É nesse espaço que temos como desafio ampliar nossas práticas, trocando ideias e nos integrando umas com as outras, num ambiente virtual de colaboração. É claro que ele só poderia crescer com o tempo, ganhando corpo e formas próprias”, explica Lúcia Feitosa, técnica de educação infantil do município de Maracanaú.
Formação continuada
A Avante – Educação e Mobilização Social, que atua no projeto como instituição executora, tem uma equipe de assessoras pedagógicas responsáveis pela formação e monitoramento do projeto nos municípios participantes. Elas realizam as formações dos técnicos das secretarias municipais ligados à educação infantil e das coordenadoras pedagógicas, tendo como foco a valorização e qualificação das coordenadoras como responsáveis pela formação permanente dos profissionais que atuam nas escolas.
Na atual fase do projeto, de promoção da sustentabilidade dos processos formativos, as técnicas de educação infantil, lotadas nas secretarias municipais, cuidam das ações presenciais formativas e apoiam o ensino a distância (EaD), por meio do AVA, buscando articular as ações de formação presencial e a distância. Entre as atividades desenvolvidas está o plantão AVA no município, para ajudar as coordenadoras a terem habilidades para administrar a plataforma, saber postar uma atividade, criar familiaridade no ambiente e promover, também, a inclusão digital de muitas participantes.
Expansão
Disponibilizado desde setembro de 2014, o AVA já tem 600 pessoas cadastradas. Agora a ferramenta se prepara para apoiar a expansão do Paralapracá, depois que a tecnologia social da iniciativa entrou para o Guia de Tecnologias Educacionais (2015), do Ministério da Educação (MEC), conferindo à instituição “notório saber” na formação continuada de profissionais de educação infantil.
Na ocasião, o Instituto C&A, que desenvolveu o projeto em parceria técnica com a Avante – Educação e Mobilização Social, por meio do seu programa Educação Infantil, transferiu a tecnologia social do Paralapracá para a Avante. O projeto, então, ganhou um novo formato – Programa Paralapracá Brasil – e deve agregar novas parcerias a partir de 2017, com as novas gestões municipais.
Tendo como foco a formação de formadores, tanto no âmbito das secretarias municipais de Educação quanto nas instituições de educação infantil, o Paralapracá visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças que frequentam instituições de educação infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral.