O bichinho da Economia Solidária pegou Angelina da Rocha Santos, que agora está se encarregando de espalhá-lo por aí. Angelina conheceu essa forma de atuar no mundo do trabalho, calcada na cooperação, na igualdade, na liberdade e na autonomia, quando se envolveu e foi formada por um dos projetos da Avante – Educação e Mobilização Social de fomento a empreendimentos solidários – o Florescer: fortalecendo mulheres para o desenvolvimento local (2012 – 2014). Na ocasião ela integrou a cooperativa de costura – COOPERCID, criada pelo Grãos: cultivando em parceria para colher autonomia (2006 a 2011), e hoje dá formação em um empreendimento que está sendo fomentado por um novo projeto da instituição – o IPA – A Força Empreendedora das Mulheres (2015 – 2017).
De perfil inquieto, Angelina diz que hoje está um pouco afastada da COOPERCID, mas continua dando suporte para as parceiras da cooperativa. “Eu gosto. Eu tenho uma atividade própria de costura, mas eu gosto de colaborar”, disse em depoimento pelos #20anosAvante. Ela conta que, ao se envolver com a cooperativa, passou a entender mais sobre Economia Solidária, que ela considera “um divisor de águas para as comunidades mais carentes. Isso ajuda muito a comunidade. A pessoa que começa a trabalhar contribui com a comunidade”.
Ela conta que sua história com a COOPERCID começou com o Florescer, com sua participação em reuniões de fortalecimento do empreendimento. “Esses encontros trouxeram qualificação. Nós recebíamos insumos – oficinas que trabalharam questões interpessoais. Trabalhamos com psicólogos, que nos ajudou a fortalecer a questão do convívio entre nós e com a comunidade. Havia, também, uns encontros entre cooperativas, e isso foi ótimo. O projeto trouxe uma outra visão”, conta Angelina.
Para ela, a Avante é uma instituição que veio para fortalecer os empreendimentos e a Economia Solidária. “A Avante tem essa sensibilidade de perceber o que os empreendimentos não agregam. Essa questão da oficina pra mim, por exemplo, foi essencial. Algumas coisas que eu vi me fizeram entender melhor a questão financeira e o que é Economia Solidária. A necessidade de persistência e colaboração”.
Ao mediar os recursos necessários para o fortalecimento dos empreendimentos solidários, a instituição viabilizou formação e aportes materiais, antes de difícil acesso à comunidade, gerando impacto na vida de seus moradores. “Nós fomos qualificados, recebemos máquinas e tivemos insumos para produzir e isso foi importante, porque todo início é difícil e, assim, nós não tínhamos que ficar à espera do cliente, conseguimos autonomia para produzir, para vender, expor e participar de feiras”, disse Angelina, que agora passa de formanda para atuar como formadora do IPA – A Força Empreendedora das Mulheres. “O conhecimento não deve ficar só pra mim e eu estou tendo a oportunidade de passar para outro grupo, para que esse grupo também aprenda e crie asas. A gente só vai dar o norte”.